Se consultarmos o VOLP-Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, que é
o acervo oficial de todas as palavras da nossa língua no Brasil, elaborado pela
Academia Brasileira de Letras, encontraremos alguns dos femininos contestados
atualmente. Há vários pertencentes ao léxico militar, como, por exemplo, sargenta,
capitã, coronela, generala, marechala. No entanto,
não há feminino de soldado, cabo, tenente, brigadeiro e almirante.
A forma feminina almiranta aparece, no Houaiss, com o sentido de
nau na qual viaja o almirante e, no Aurélio, com o sentido de esposa de
almirante. Já soldada não é feminino de soldado, mas sim sinônimo
de soldo, ou seja, de pagamento, remuneração. Daí as soldadeiras, mulheres que
recebiam soldo por atos sexuais, tão citadas nas cantigas satíricas trovadorescas
de escárnio e maldizer.
Além desses femininos, também são encontrados no VOLP: árbitra,
bacharela, clienta, comedianta, elefanta, giganta, hóspeda, infanta, mestra,
monja, parenta, presidenta, serventa, entre outros.
Por mais estranho
que nos pareça, se está no VOLP, integra, indiscutivelmente, o repertório de palavras
existentes na Língua Portuguesa do Brasil.
Portanto, caso se depare com algum feminino que lhe pareça estranho, antes de se revoltar contra ele, consulte o VOLP, para verificar se ele faz parte ou não do léxico de nossa língua. Para consultar o VOLP, basta acessar <http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23>.
Um abraço e até a próxima!
Sandra Helena