Você já prestou atenção à placa
afixada na porta dos elevadores? Ela é fruto da Lei nº 9.502/97. Nessa placa,
consta a seguinte recomendação:
“Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar.”
O problema dessa advertência está no uso
de o mesmo que enfeia a mensagem e, em alguns casos, pode causar ambiguidade. Não se trata, portanto, de erro, mas sim uma questão de estilo. Veja como seria fácil resolver esse problema:
“Antes de entrar, verifique se o elevador encontra-se parado neste andar.”
Ou seja, para garantir a coesão
entre a primeira e a segunda oração e melhorar a mensagem, bastaria retirar a
expressão o mesmo e substituí-la pela palavra elevador. Assim, a
recomendação que somos obrigados a ler sempre que estamos diante das portas de
um elevador ficaria mais bem escrita.
Embora não seja o caso da placa do
elevador, o uso de o(a) mesmo(a), além de enfear a mensagem, pode gerar
ambiguidade, especialmente quando há mais de um elemento ao qual o mesmo pode
se referir. Observe este exemplo que me foi enviado por um de meus alunos:
“Para que os proponentes possam captar recursos para os seus projetos usando os benefícios das leis de incentivo, é necessário que os mesmos sejam avaliados pelas comissões de análise de projetos.”
Nesse
caso, não nos é possível afirmar se os mesmos se referem a proponentes
ou a projetos. Afinal, as comissões deverão avaliar os proponentes ou os
projetos, antes de liberar os recursos? Impossível saber!
Essa
é a razão pela qual os estudiosos da língua portuguesa recomendam que
expressões como o(a) mesmo(a) ou o(a) referido(a) não sejam empregadas na
escrita.
Um
abraço e até a próxima.
Sandra Helena