Atualmente, generalizou-se a prática de iniciar
um e-mail com bom dia, boa tarde ou boa noite. Parece que as pessoas não
se deram conta de que o emissor da mensagem não tem domínio sobre o horário em
que sua mensagem será lida pelo receptor. Este pode ler uma mensagem enviada
pela manhã à tarde, à noite ou mesmo de madrugada, e, nesse caso, o cumprimento
do emissor não lhe fará qualquer sentido. Justamente por essa razão, é
totalmente inadequado começar uma mensagem eletrônica por bom dia, boa tarde ou
boa noite.
As pessoas que usam esse tipo de cumprimento em
e-mails argumentam que o fazem para serem educadas. Ocorre que a polidez
na comunicação escrita não é garantida pela presença ou ausência desse tipo de
cumprimento, mas sim pela utilização de expressões ou fórmulas de etiqueta
linguística como por favor, por gentileza, se me permite etc.; de verbos como
achar, acreditar, pensar, parecer etc.; de advérbios de dúvida como
provavelmente, talvez, quiçá, por ventura, eventualmente, empregados, na
maioria das vezes, com verbos no modo subjuntivo.
Aliás, a combinação dos advérvios de dúvida com
o subjuntivo ocorre porque esse modo verbal tem justamente a finalidade de
expressar dúvida, desejo, hipótese, subjetividade, ao contrário do indicativo
que expressa certeza e objetividade.
Então, como introduzir uma mensagem eletrônica? É simples: comece pelo nome da pessoa a quem a mensagem é dirigida, acompanhado ou
não dos adjetivos Prezado(a) (ou Prezado Sr./Prezada Srª) ou Caro(a) (ou Caro
Sr./Cara Srª), dependendo do maior ou do menor grau de intimidade que houver
entre você e seu destinatário, bem como do grau de formalidade de sua mensagem.
Portanto, evite iniciar mensagens eletrônicas
com bom dia, boa tarde ou boa noite, pois esse é mais um vício de linguagem
totalmente disparatado como outros tantos que se espalham como praga pelo
Brasil.
Um abraço e até a próxima.
Sandra Helena